quinta-feira, 9 de abril de 2009

SONETO LXXXVIIIQuando me tratas
mau e, desprezado, Sinto que o meu valor vês com desdém, Lutando contra mim,
fico a teu lado E, inda perjuro, provo que és um bem. Conhecendo melhor meus
próprios erros, A te apoiar te ponho a par da história De ocultas faltas, onde
estou enfermo; Então, ao me perder, tens toda a glória. Mas lucro também tiro
desse ofício: Curvando sobre ti amor tamanho, Mal que me faço me traz benefício,
Pois o que ganhas duas vezes ganho. Assim é o meu amor e a ti o reporto: Por ti
todas as culpas eu suporto.